domingo, 20 de maio de 2012

Mano a Mano



O Hugo e o Dinis por vezes passam um pelo outro e seguem o seu caminho, mas isto é porque sabem que estão presentes, ou seja estão a partilhar o mesmo espaço no mesmo momento. Porque quando se separam, o que acontece muito raramente, começam logo a perguntar um pelo outro. E perguntam mais rapidamente um pelo outro, do que por mim. Não são gémeos verdadeiros, mas acredito que a cumplicidade ao longo de todo o tempo vai ganhando forma. Crescem juntos e descobrem uma data de coisas juntos. Vêm-se e olham-se desde os primeiros tempos.
Sempre achei que ter gémeos tinha como uma das grandes vantagens os manos ou as manas poderem brincar juntos e serem companheiros um do outro, mas quando por vezes encontrava pais de gémeos e lhes perguntava se os seus filhos, na altura mais velhos do que os meus entre 1 ou 2 anos, brincavam juntos, eles respondiam "nem por isso". Não tardei a descobri-lo por mim mesma, porque quando começaram a gatinhar a e andar começaram também a disputar brinquedos e o Dinis passou mesmo uma fase em que mordia o irmão para conseguir tirar-lhe o queria das mãos. Depois tornou-se mais civilizado e até aos dias de hoje utiliza a estratégia de lhe dar algo em troca para obter o que quer. Mas tenho reparado ultimamente que agora interagem mais. É preciso dar-lhes tempo, porque tudo tem o seu timing e eles estão a aprender igualmente nesta fase de crescimento e de desenvolvimento a socializar e a estreitar laços.  O Dinis é muito meigo e várias vezes tem demonstrações de afeto, abraça o irmão e faz-lhe festas. O Hugo não gosta muito de se sentir apertado, mas às vezes lá deixa o irmão abraçá-lo e por vezes também lhe faz festas na cabeça. Já brincam juntos e é maravilhoso observar esses momentos. Ainda ontem um decidiu subir para uma mesa e sentar-se lá, e logo a seguir o outro fez o mesmo e ficaram bem juntinhos sentados um ao lado do outro a ver televisão. Uma cena que mereceu uma foto! E quando há tempos saímos para casa de uns amigos foi delicioso vê-los tão sossegadinhos a brincarem ao lado um do outro, cada um com o seu brinquedo. E para onde vai um, passado algum tempo vai o outro. Também já percebi que não gostam que eu me chateie com cada um deles. Por exemplo, quando chamo a atenção ao Hugo, o Dinis fica muito atento e noto pela sua expressão que não se sente confortável. Já o Hugo quando o mesmo se passa com o irmão, começa a ficar mais agitado e às vezes até fala mais alto, acho que é uma forma de protestar.
Sei que toda a vida vão ter chatices como eu tive com os meus irmão, o que faz parte de uma família saudável porque as pessoas não são iguais, e ainda bem. Discutir desde que se aprenda com isso é saudável, o que não é saudável é esquecer os laço que nos unem, por isso desejo que os meus filhos sejam sempre amigos um do outro e que se apoiem para sempre. O que lhes aconteceu é algo único e maravilhoso. Partilharam a barriguinha da mão durante 38 semanas e têm crescido sempre juntos e descoberto imensa coisas igualmente juntos, inclusive e principalmente um ao outro. Apenas 2 minutos os separam do momento em que nasceram. A sua união é um legado que espero que preservem. E essa será sempre a minha maior felicidade e recompensa.

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